Quando foi proibido o tráfico negreiro pela Lei Eusébio de Queiroz (1850), e a mão-de-obra escrava começou a escassear, substituiu-se o trabalho servil pelo trabalho assalariado de imigrantes estrangeiros.
Os imigrantes, na maioria, imigravam para o Brasil em famílias inteiras e eram chamados de colonos. Os proprietários de terras pagavam a viagem e o imigrante tinha que trabalhar nas fazendas para devolver o valor da passagem paga.
No sul, o interesse consistia em atrair europeus para núcleos de povoamento, chamados de “colônias”, baseados na pequena propriedade familiar e na policultura de consumo local.
Na região cafeeira, os imigrantes foram aproveitados para trabalhar na lavoura do café, trabalhando como mão-de-obra assalariada ou sob alguma forma de parceria – quando a produção é repartida entre o colono e o fazendeiro. Nas plantações de café, todos da família trabalhavam: homens, mulheres e até crianças.
Os imigrantes foram importantes também para o crescimento das cidades e para a formação da classe trabalhadora urbana.
Em 1871, foi fundada em São Paulo a Sociedade Auxiliadora para a Imigração e Colonização, com recursos de fazendeiros e do Ministério da Agricultura. Seu objetivo era divulgar na Europa as oportunidades de trabalho em São Paulo, receber os imigrantes e encaminhá-los para as zonas cafeeiras.
Predominaram no início os europeus – italianos, portugueses, espanhóis, alemães, suíços, poloneses, etc. A imigração européia para o Brasil teve como ápice o período entre 1880 e 1930. Além de suprirem a lavoura do trabalho necessário, eles viriam para dar duas outras contribuiçoes almejadas pelas autoridades da época: corrigir os maus hábitos da herança colonial e escravista e suprir de sangue branco uma nação que era considerada de estar ameaçada de se tornar mestiça.
No século XIX, imperava entre a elite branca do Brasil que o trabalhador brasileiro, composto em sua grande maioria por escravos, negros e mestiços, era incapaz de desenvolver o País. Para tal, apenas os trabalhadores importados do estrangeiro poderiam servir. O fato era que o governo e a elite nacional pretendiam embranquecer os brasileiros através da miscigenação com os imigrantes europeus.
No início do século XX, vieram também asiáticos, chineses e japoneses. Em relação aos japoneses, o Kasato Maru é considerado pela historiografia oficial o primeiro navio a aportar no Brasil com imigrantes japoneses, em 18 de Junho de 1908. Chegou ao Porto de Santos trazendo 165 famílias, que vinham trabalhar nos cafezais do oeste paulista.
Para a região Norte, o primeiro grupo de imigrantes japoneses chegou ao Pará em 16 de Setembro de 1929, dirigindo-se para a colônia de Tomé-Açu, distante de Belém 230km. A característica da presença japonesa no Pará e possivelmente na Amazônia é ter se estabelecido em núcleos coloniais agrícolas.
Iniciaram com o cultivo do cacau, do arroz, feijão, algodão, tabaco, cana-de-açúcar, mandioca e, mais tarde, introduziram em Tomé-Açu o cultivo da pimenta.